Num futuro passado

Acordamos hoje para destruir um pouquinho do nosso futuro, sem saber que nosso futuro presente será nosso passado ausente, agora que você já não faz mais parte dessa massa popular, agora que você não já não faz mais parte deste mundo, saberá do que estou falando, um raio  veloz e iluminado cairá sobre vossa cabeça anunciando que o fim já passou no momento em que você abriu os olhos e viu que ao meu redor não tem nada além de lavas quentes e umidas pronto para nos engolir, não é loucura não é sanidade, a verdade a tona sempre surge de maneira estridente, caminhando passo-a-passo desviando de sua rota certa e injusta, todos sabemos que isso não terá um fim concreto e real, que isso não terá um fim concreto e real, sabemos também que a lua não se fez do dia pra noite, assim como o mar e os pássaros, livres, aqueles que se sentem livres, não passam de meros mortais que um dia ira sucumbir directo para o altar de um carrossel animado por gargulas, sem espíritos e sem modéstia, tentaremos sair pelo desvio mais próximo de nossas vidas, aqueles caminhos sujos e escuros, apenas descobriremos que não existe retorno nessa estrada, porque será tarde de mais para acordar, pois nossos despertadores já não tem mais pilhas pois comemos todas em nossas saladas de arroz com feijão, teremos mais tempo quando voltarmos aos nossos lares, diferente daquilo que achamos no meio dos jardins que  acreditamos sempre ser um pouco mais difícil de ser compreendido de maneira sensata e inocente, agora que tudo foi dito agora que tudo foi ouvido posso pensar em abandonar o passado e viver de um futuro já desfuturado.